terça-feira

Reflexões sobre o Contar uma História

Escolhi um conto bastante conhecido para conversar sobre ele, para refletirmos juntos sobre a riqueza escondida neste material tão simples e surpreendente que são os Contos de Fadas, e que geralmente não é trazida à tona por motivos diversos.
A versão é bastante fiel ao original - o que atualmente não é muito levado a sério. Muitas vezes pais e educadores preferem apresentar às crianças textos reduzidos, e até modificados ( e isto é uma grande perda para as crianças, principalmente) onde o mal nunca aparece...( trataremos disto numa outra oportunidade...)
Vamos a alguns trechos...

O Sapo- Rei ( Irmãos Grimm)

Era uma vez, nos velhos tempos, um rei cujas filhas eram lindíssimas. A mais jovem porém era tão linda, que até o sol - que já havia visto tantas coisas neste mundo- maravilhava-se cada vez que lhe iluminava o rosto.

Nas proximidades do castelo real estendia-se uma floresta grande e sombria onde, embaixo de uma velha tília, havia um poço.

Olhem a exuberância de imagens !!! A riqueza em termos de vocabulário e de estruturação frasal !!!

Percebam como tudo isto faz uma enorme diferença para quem OUVE o Conto e vai -através de uma incrível ativação de sua imaginação - criando as paisagens, climas e situações enquanto "passeia pela narrativa do Conto ".

Já , apenas com esta "introdução", podemos começar a compor um dos quadros ( cenários) por onde esta história irá se desenrolar - e confessemos : já nos sentimos "nutridos em nossa alma " pela imagens que ele ( Conto) nos sugere.

(...) Certa vez a bola de ouro ( brinquedo predileto ) não voltou a cair nas mãozinhas erguidas da princesa, mas foi ter ao chão, de onde rolou para dentro da água. Seguindo-a com o olhar, a menina viu quando desapareceu nas profundezas do poço.

(...) Mas, que me dás em troca se eu troxer o teu brinquedo ? ( perguntou o sapo)

-Tudo que desejares, meu bom sapo - disse ela - meus vestidos, minhas pérolas e pedras preciosas, até a coroa de ouro que estou usando.

Aqui começa o "drama" da história que vai crescendo a medida que o sapo segue a princesa até o castelo e seu pai o rei exige que cumpra a sua promessa.
(...) O rei , zangado, repreendeu-a:
- Não deves desprezar a quem te prestou ajuda quando estavas necesitada.

E a trama vai se desenvolvendo até que o feitiço é quebrado...

(...) Enfurecida, a princesa levantou o sapo do chão e, com toda a força, jogou-o contra a parede.

-Agora vais sossegar, sapo imundo !

Mas quem foi que falou em sapo nojento ? Ao cair no assoalho não era mais um sapo - transformara-se num príncipe de olhos belos e amáveis, que se tornou então, pelo desejo do rei , marido da princesa.
(Apesar da história não acabar aqui , nós vamos ficando por aqui...).

Aqui temos A VERSÃO REAL. Não foi UM BEIJO que transformou o sapo em príncipe, mas...um choque contra a parede !!!

Somente este trecho da história mereceria um post exclusivo para falarmos em ARQUÉTIPOS ( mas esta é uma outra história que poderá ser contada numa outra oportunidade...).

Estes são alguns dos aspectos abordados em nosso Curso da Arte de Contar e Reencantar Histórias(*). Aqui os apresento para mostrar a seriedade que é o trabalho do Contador de Histórias, da importância de sua formação e constante renovação, estudo, preparo e pesquisa.

ATENÇÃO:

Os bonecos das fotos são dedoches confeccionados pela arteiras artesãs - visitem o blog delas http://feltro-la-pano-papel.blogspot.com e surpreendam-se ! Tudo feito a mão, no maior capricho! Elas aceitam encomendas - para orçamentos escrevam para feltropano@gmail.com.


(*) Maiores informações sobre os CURSOS DE CONTAÇÃO: (11) 8221-5156 ( Betty) e http://bem-bolado-projetos.blogspot.com

Espero que tenham gostado ! Com carinho, Betty

3 comentários:

Vânia disse...

muit interesse bjs mil

Letícia disse...

Oi Betty!!!!
Concordo com o que disseste; eu só não usaria a verdadeira história da cinderela, embora o significado seja bem autêntico - a questão do sacrifício de tentar ser quem não é ou de se ajustar a uma determinada situação (naquele momento lá de cortar daqui e dali).
Uma hora passa lá no reinvenção, vais ter uma surpresa.

Letícia disse...

Betty te desejo sorte e que tudo termine bem c/ a história do Ateliê; é aquilo: no fim, tudo dá certo!
Quanto à minha postagem, realmente não está clara. O que está por trás daquilo é: fui enrolada durante 8 anos num curso superior, sem de fato me formar. Faltando apenas os estágios para me formar por aquela instituição, recusei "visceralmente" em cursá-los, porque considero estágios o mais importante numa licenciatura e "naquelas condições" eu não podia suportar(eu sofri muitas injustiças lá dentro). Consequentemente, me resignei, tentando meios de sobreviver neste mercado de trabalho.Hoje estou cursando um Superior à distância, com possibilidade de me formar em julho/09.
Sobre o meu comentário, eu mencionei a Cinderela como um exemplo em que as adaptações são mais construtivas que a história original (na minha opinião!)
Bem é isso!
Bom fim-de-semana e sucesso!